FLEXÕES SOBRE MEUS DESENHOS DESENHADOS POR “MIM MESMO”.

FLEXÕES SOBRE MEUS DESENHOS DESENHADOS POR “MIM MESMO”.
Data 16/03/08 d.C.

Rogério Rodrigues Cameda


Começo a lembrar, e lembrar, e lembrar...
Da minha infância “passada” eu tenho poucas lembranças sobre desenhos, estes mesmo, só começam a partir dos meus onze, doze anos. Porém, embora não tenha nenhuma lembrança dos desenhos, lembro do desenhar. Era cativado pelo ato e até hoje sou. Antes de resolver tentar quem sabe ser um músico, pensava em ser um “desenhista”, não um artista plástico, mas um desenhista.
A primeira imagem que tenho d’eu desenhando, é mais ou menos antes dos meus onze anos, também é a única antes dessa data. Tinha por volta de uns nove, quando fascinado por gibis resolvi desenhar o morcego símbolo do batman. Eu lembro de gastar algumas folhas tentando, meu pai chega e me mostra como se faz. Ficou ótimo! (ele nunca mais fez nenhum desenho, mas até hoje tenho a certeza que ele é um ótimo desenhista). Eu tentava e nada. Foi quando descobri que dava para copiar se colocássemos o papel por cima do original. Fiz algumas vezes, mas não gostava, acho que inconscientemente sabia que não era eu quem estava desenhando.
Sabe que falando desse negócio de copiar, lembrei de alguns trabalhos sim antes dessa época. Um era colorir as tais figuras pálidas que vinham ou mimimimimiografadas, ou nas revistinhas. O segundo eram aqueles pontilhadinhos com contorno de letras que meu lápis passeava, como num grande e verde campo dos alfabetos das “tias maiúsculas e das tias minúsculas”, saltetando no término da linha para a linha de baixo. “Qui dilixia!!!”
Eu só sei que, a partir do parágrafo retrasado iniciei um processo quase disciplinado de tentar copiar sem trapaças. Chegamos aos meus onze para doze para treze para-choques. Nessa mesma época passava na TV os “Cavaleiros do Zodíaco”. Eu era e acho que ainda sou muito fã e transformava-os em papel. Chegava a gravar, parar a fita e copiar da TV. Neste exato momento meu talento foi descoberto pela vizinha do 6º andar, mãe do meu melhor amigo, que vivia na “pindaíba” e possuía um espírito quase empreendedor. Ela começou a transformar os desenhos do papel transformados dos desenhos da TV em camisetas. Ela alcançou a incrível marca de duas vendas. Imaginem, para um garoto dessa idade na escola fazia longos mapas traçados por sobre o papel vegetal e figuras geométricas igualzinho aos meus trinta amigos de sala?
A partir daí eu decidi. SEREI UM DESENHISTA OU DE QUADRINHOS OU DE DESENHO ANIMADO. Cheguei até a fazer um curso, mas sei lá porque “cargas d’água” não continuei. Nesta mesma época iniciei um processo de criação de “tribais”
O tempo passou, arrumei um emprego. Tudo se encaminhava para trabalhar com designer gráfico. Os tribais foram aumentando e as cores sumindo.
Estava decidido a viver disso, aí, sei lá porque, comecei a fazer aulas de violão. Me apaixonei pela música, mas não esqueci do que gostava e ainda sim queria, aí, sei lá porque, comecei a fazer teatro. Me apaixonei pelo teatro, mas não esqueci do que gostava”s” e ainda sim queria, aí, sei lá porque, virei educador. Me apaixonei pela educação, mas não esqueci de quem sou e ainda sim...