Olá minha gente

Olá minha gente...É com muito e quase incontido prazer que começo este pequeno e singelo cantinho dos "aconchegos" reflexivos, poéticos, espirituais e a que mais nosso coração desembestado promover em sua verdade.

Não é meu e de ninguém. É de todos para todos. Não se sintam "avexados" em "brincar" com as palavras, sons, movimentos, imagens ou seja lá o que vier e estiver escondido.

Sejam Bem vindos, indo e vindo

Antes que eu me esqueça...

Vamos Brincadoquê????


terça-feira, 8 de abril de 2008

Observe

A mais ou menos um ano atrás me deparei com a seguinte situação:
Quase em frente à escola em que dava e fazia aula existia uma frondosa árvore de mais ou menos uns tantos palmos de largura com outros tantos de altura. Grande que só vendo, bonita que nem contando. Suas folhas eram extremamente verdes e cheias completando galhos enormes e robustos. Sempre crescente, tanto que de tempos em tempos a coordenação mandava cortar alguns galhos para os mesmo não invadirem a escola.
Nunca havia reparado tanto nessa árvore como no dia em que iniciou o seu corte. No primeiro dia, a primeira coisa que me veio à cabeça foi: “Por que diabos estão fazendo isso?”. Não tinha um que me respondesse. Parecia novidade para todo mundo. Achei que em pouco tempo a coitada tombaria para não sobrar mais nada. Realmente, de um dia para o outro todo o tronco e seus galhos estavam derrubados. Porém foi nesse momento em que conhecemos os enganos da previsão. Mesmo caída e já não tão grande como antes, ainda mantinha-se viva. Daí, também conheci sobre o que é vida. Restava ainda preso ao chão, uma parte que aprendemos e experenciamos ser a parte mais importante da dita cuja. A “raiz”. Vocês precisavam ver a dificuldade que os “homens” tinham em arrancar a tal do chão. Foi uma batalha de dar gosto. Durou dias.
Começou com alguns talhos na calçada, que, aliás, percebi estar completamente disforme por conta da raiz que já não se continha naquele pequeno espaço dado pelas autoridades. Quebra para cá, quebra para lá. No início eram apenas um pequeno circulo em volta do pequeno tronco que ainda sobrara ligado a raiz. Frustrante para os “homens”, porque nada da teimosa sair do lugar. Mais alguns quebra-quebras e. Agora vai... Nada! O circulo aumentava e. Nada! A profundidade também aumentava e. Nada! Era possível enxergar nos olhos dos “homens” a dificuldade de cortar a maldita, ou devo dizer, bendita raiz?!?. Mais dias, chão quebrado, mais fundo e mais e mais e mais... A calçada já não existia mais. Os pedestres, como eu, tinham que fazer uma caminhada pela rua para passar por ali. Os homens tinham que arrancar o incômodo dali... Dai também entendi sobre incômodos. Daquele pouco de tronco e raiz que ali estavam não demoraria muito para renascer, recrescer, e a raiz aumentar e aprofundar e penetrar... Daí também entendi o porquê estavam arrancando a menina dali. A raiz era tão grande e forte que já havia entrado nos domínios do terreno da casa ao lado e estava destruindo um chão de concreto. Luta brava...
Dias passaram, bagunça, sujeira e luta, sim, muita luta. Enfim, conseguiram o que tanto queriam. Foi-se a árvore e sua raiz. Daí também aprendi sobre “base”... A raiz era à base da árvore. Tem este nome de raiz, não sei se por acaso, mas vem bem a calhar. Na educação creio não ser diferente. Todo e qualquer crescimento afetivo, cognitivo, corporal, ganha significado e gera autonomia a partir da construção de bases sólidas e firmes, assim como da nossa amiga árvore. Ao contrário do que pensam e agem muitos lugares, as técnicas de manipulação de certos conteúdos nem sempre estão ligadas à construção dessa base. É fácil de comprovar isso com pouca observação. Por vezes vemos pessoas dotadas de incríveis dotes técnicos com um probleminha deverás complicado. O que fazer com esses dotes técnicos? Pois é meus amigos, inteligência todos tem, mas o que fazer com ela é o caso.

Viva a nossa árvore!





Rogério Rodrigues
mar/07

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